Um Aceno
Um aceno,
Um adeus,
Um abraço.
Uma vontade interrompida
E o quebrar de um laço.
Foram esperanças
E ilusões,
Pequenos sonhos
De grandes dimensões.
E foi o entusiasmo,
A entrega
E a dedicação.
Foi um agarrar firme
E foi um abrir de mão.
Foi a força
De vencer.
Foi a intenção
E foi o crer.
Foi o rasgo.
A sorte que se fez,
O azar que bateu.
Foi um homem que cresceu.
E foi a vertigem.
Foi a decisão
Na ponta da coragem.
Foi um peso.
Foi um homem engolido na voragem.
Foram palavras.
As que se disseram
E as que ficaram por dizer,
As coisas que se fizeram
E as que ficaram por fazer.
Foi um tempo
Longo
E escasso.
Foi uma vida,
Em breve
E curto estilhaço.
Foram as minhas virtudes
E os defeitos meus
Condensados em poucos gestos.
Um aceno.
Um adeus.
jpv
03/08/2012 às 01:18
Ingritt, muito obrigado pelas suas palavras. Você conseguiu sintetizar e caraterizar aquilo que pretendo com a poesia: marcar fundo em palavras breves. Acho que a poesia é sobretudo isso: a intensidade do dizer da vida. Leu-me bem. Muito Obrigado.
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03/08/2012 às 00:39
Quando leio seus textos,poemas e tudo mais ,imagino que voce quando inspira-se é como se fosse fogo em uma trilha de gasolina, consome rapido mas deixa rastros inesqueciveis…e um gesto tao simples ,como um aceno, um deus…torna-se um retropecto de uma vida inteira em suas palavras!adorei!=)
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02/08/2012 às 10:58
A vida é tudo isso. Quem assim não sente não vive.E, o mais importante de tudo isto é sempre “Foi um homem que cresceu”.
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01/08/2012 às 11:56
Um aceno, gesto simples e tão banal, transporta toda a dor que o coração não pode comunicar.
A poesia, por seu lado, transporta as palavras impossíveis a verbalizar no último instante, no último olhar.
Restam as lembranças de todos os momentos partilhados e essas, mesmo quando o tempo terá passado, ficarão gravadas na memória como tesouros indestrutíveis.
Gostei muito destes versos.
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