Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Diva de parede

Há papel de parede, jornais de parede, paredes meias e paredes inteiras. Antigamente fazia-se parede. Hoje, eu encontrei uma diva de parede.

Acho uma ternura certas figuras que os humanos fazem por causa do amor. Podemos dizer que o que nos move é o dinheiro, são os interesses, a ambição, mas nada nos arranca a expressão mais sã, mais íntima e mais profunda como o faz o amor.

Riscam-se paredes por muitas razões: mensagens políticas, gritos de revolta, reclamações e outras que tais, mas esta que encontrei hoje em Torres Novas é uma pérola do sentimento amoroso na sua mais genuína e portentosa expressão. Houve um rapaz que cortou a noite e arriscou ser visto para que pudesse colocar o seu sentir numa parede torrejana e fê-lo de forma genial: ou seja, na constatação, para ele óbvia, de que tinha sido ela a sua DIVA desde o COMEÇO! Mai nada!

Isto merecia ser divulgado. Rapei do telemóvel e fiz a boa acção do dia, tirei-lhe a fotografia!

Ei-la!


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Vá lá, pá!

Vá lá, pá!

Ó pá,
Chega-te para cá,
Aquece-me estes pés.
Não sejas má!
Traz-me esse corpo esguio
E aquece este tipo frio.

Ó pá,
Deixa-te de cenas
Traz o edredão de penas
E vem aquecer-me já.

Ó pá,
Mas afinal onde andas tu?
Na via digital ou na minha cama?
Vê lá se não termina a semana
Sem te acariciar o corpo nu.

És porreira, pá,
És mesmo à maneira!
Tão gentil e graciosa
Que me despertas a brincadeira
Em tarde, de Domingo, ociosa.
E enches-me de emoção
Na exacta proporção
De um sorriso…
Ou de teus seios
Bailando na minha mão!

Ó pá,
Veste uma tanguinha, pá,
Assim, a espicaçar-me a curiosidade
E a expor à luz do dia
A maravilha
Da tua sensual idade!
Vá lá, não sejas tímida
E faz-me um sorriso convidativo,
Como quem chama para
O baile dos corpos festivo.

E fechamos as cortinas,
Trancamos as portas,
Viramos ao contrário
O quadro de Jesus
E acendemos a luz!

Vá lá, pá!

jpv